05/03/2018
Eramos crianças, imagina: 1974, Teatro Universitário à meia luz, ouvindo Adios Nonino do Piazzola pela primeira vez, escrevendo cenas, vestindo roupas de outras pessoas, criando personas, inventando um mundo pra gente. Eu, Jere, João Otavio Malheiros, Odilio, Claudio Rodrigues, Dulcineia Novaes, o Fernando Strático, todos meninos de 15, 16 anos, meses de diferença na idade - e todos nós dando palpites sobre o funcionamento da máquina (do mundo).
A gente pisava distraído naquele chão que em Londrina começamos a pisar bem cedo. Acho que nos 40 anos seguintes cada um de nós multiplicou aquela paixão pela luz, pelo palco, pela musica, pelo jornalismo.
O Jere, meu João Grilo Eterno foi-se há muito. Odilio, ano passado. Final de semana agora, foi a vez do Fernando.
Engraçado que a notícia das partidas chega e o que eu sinto nem é mais saudade, é um amor que mistura tudo, tempo, espaço, vida - parece que o futuro é feito dessas contrafrações.
Total coincidência eu estar vendo jornais antigos e reencontrar meus amigos eternos nessas paginas em sépia. Tiau, Fernando -- leva um beiju bem docinho pra Compadecida (meu palpite é que ela estava te esperando no céu)